terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Preço de um Sorriso

Esta postagem não tem nada de matéria jornalística. Dia 13 de outubro, no local onde trabalho, uma criança levou um carrinho, porém, seu único carrinho. Apesar de muito simples, esse brinquedo havia um sentindo em sua vida.
No decorrer da brincadeira, alguém, por um motivo sem querer, acabou pisando no carro de plástico do aluno matriculado na 1ª série Flávio. Ao ver que o estrago havia sido muito grande, a criança veio até mim para explicar o que havia acontecido e achando que eu pudesse resolver aquela situação.
Com lágrimas e tristeza, percebi que além de muito simples aquele brinquedo tinha um sentido familiar muito grande a ele. Apesar de não saber o que era, resolvi fazer uma surpresa à criança. Peguei uma nota na carteira e pedi para uma funcionária ir até uma loja de brinquedos mais próxima e comprar um carrinho bonito para que pudesse impressionar o menino. Dito e feito. Ela comprou um brinquedo que a meu ver o menino parecia nunca ter ganhado, somente deve ter visto nas vitrines das lojas.

A felicidade do garoto foi tanta que era notório perceber aquilo apenas no olhar. Agradeceu, abraçou e disse que jamais esqueceria o que havia feito a ele. Como diz Cris Griscon, “A criança é por natureza um ser do encantamento, um ser que experimenta a leveza, e que não retém a dor”. Ele nunca culpou sua colega pelo ato de pisar e quebrar seu brinquedo lamentavelmente.
Hoje, em uma reunião com os pais, encontro sua mãe. Essa por sua vez, agradeceu pelo presente e diz que mesmo antes desse gesto o menino me tem como um familiar. Perguntou a mim se minha orelha não coça. Eu sem entender indaguei por que. Ele me respondeu que na casa dela só se ouve falar em meu nome, que a mesma já confunde os nomes de seus irmãos com o meu.
Gente, atitudes como essa faz com que a gente ganhe o dia. Em específico naquele dia, me senti bem pelo resto dele. E com uma frase de Charles Chaplin termino essa postagem;
Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalhado. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma”.