Wagner Celestino há mais de 30 anos no mundo da fotografia. Começou a fotografar em 1977. Em 1998 publicou em parceria com a ONG ASSOCIAÇÃO APOIO, o livro Cortiços – A realidade que ninguém vê. Esse trabalho por sua vez é um dos mais prestigiados na carreira desse profissional que decidiu trocar a música pela fotografia.
O Cinema e o Jornal da Tarde da década de 70 tiveram uma participação enorme para o início da vida fotográfica de Celestino, pois os mesmo eram os únicos que davam uma importância a mais para a fotografia.
O Cinema e o Jornal da Tarde da década de 70 tiveram uma participação enorme para o início da vida fotográfica de Celestino, pois os mesmo eram os únicos que davam uma importância a mais para a fotografia.
O que mais gosta de fotografar são pessoas. Ao longo desses anos de carreira, Wagner supõe que já tirou mais de 5 mil fotos, um número que o mesmo acha pouco, pois gostaria de fazer por dia pelo menos um filme. Ainda pretende fotografar Alaíde Costa e continuar o trabalho de registro da Velha Guarda de São Paulo.
Em 2007 o Prêmio Tim de Música fez uma homenagem à Zé Kéti. As fotos exibidas durante a homenagem foram feitas por Wagner, que teve a oportunidade de fazer um trabalho sobre a última passagem de Zé por São Paulo.
O livro Cortiços tem de especial, uma forma de documento na qual mostra a situação social do país, uma denúncia à moradia popular que ainda não é um caso resolvido.
A seguir, algumas das perguntas que fiz à ele:
Wagner: Quando eu comecei a fazer o trabalho, foi dado o toque para não me envolver, pois eu poderia não conseguir terminar. O que me marcou era que ali as pessoas queriam moradia e uma dignidade. Não tive envolvimento emocional, mas também não pude ignorar aquela situação.
2. O que você pretendeu mostrar com o livro Cortiços à população?
Wagner: É difícil você conseguir expor. Estou batalhando desde 2003 em questão do livro da Velha Guarda. Há muito descaso. Cultura Negra nesse país é complicada e essa mesma cultura sendo feita por um negro, é mais complicada ainda. Você não consegue espaço, não consegue parceria, você fotografa e depois o material vai para gaveta.
3. Qual a sua ligação com o Museu Afro Brasil?
Wagner: Na inauguração do Museu, recebi um convite do Emanuel Araújo e na época ele perguntou do trabalho da Velha Guarda. Na noite da inauguração, expus meu trabalho a ele. Nos 500 anos do descobrimento teve uma exposição na Pinacoteca, uma coletiva na qual Emanuel focou especificamente a contribuição dada pelo negro na arte no Brasil nesses 500 anos. E através de Valter Firmo que eu consegui mostrar esse trabalho durante o evento. Daí o ligação com o Museu.
4. O cinema nacional melhorou?
Wagner: Claro! Essa melhora foi em questão da técnica por causa de outros equipamentos. Bons profissionais sempre tivemos. Considero o cinema como uma escola.
5. O que é preciso para se destacar no mercado e ser um bom fotógrafo?
Wagner: Conhecimento. Se você não tiver uma rede de conhecimento, você dança. E depois vem a qualidade do seu trabalho. Pra ser um bom fotógrafo tem que ser aventureiro e ter um olhar peculiar. Tem que ser aventureiro no sentido de ir lá e ter o olhar fotográfico.
7 comentários:
Felipe, estava no Festival Tim do ano passado. Wagner Celestino é um excelente fotógrafo. Belas fotos dele.
Esse exemplar, encontramos fácil nas lojas?
Deve ser muito interessante esse livro do Wagner, não é?
Felipe, me mostra depois o livro desse texto?
Sinceramente, eu não conhecia esse fotógrafo e achei muito interessante a carreira dele como fotojornalista e uma obra que mostra o que nos dias atuais está sendo revalorizado, ou seja, a preocupação com os excluídos da sociedade. Infelizmente seus trabalhos serão sempre contemporâneos, pois, a situação com os pobres, negros e mestiços dificilmente mudará e com essa sociedade capitalista, da qual, valoriza as novidades tecnológicas e contribui para o encarecimento dos recursos energéticos e da alimentação. O tema da reportagem é boa. Contudo, há alguns pontos que precisam ser melhorados para que você possa alcançar a excelência no jornalismo. Preocupe-se com o texto e procure conhecer mais o entrevistado antes de entrevistá-lo, porque, você pode ocupar o pequeno espaço das colunas com perguntas que façam mais sentido a reportagem.
Felipe,
Muito legal as fotografias de Wagner Celestino. As imagens são fortes e falam por si só! Na minha opinião, seria interessante encontrar uma temática para essas imagens e explorá-las mais! Sabe, observando as senti uma profunda solidão. Existe até um ar poético! Próprio de pessoas que são sensíveis ao sofrimento alheio! Explore-as! Beijos
Olá, Felipe.
Sou repórter e estou à procura do Wagner Celestino. Você possui o contato dele?
jornalista.marcelo@terra.com.br
abs,
Marcelo
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